Filosofia

di Antonio de Curtis

Como a mà sorte vai,e as vezes volta,
sao os destinos da gente pré-traçados,
uns traxem em sua sina um par de chifres,
outros nascem corcundas, bem vergados.

Eu, por exemplo, digo, sem vergonha,
sim, tive uns chifres, mà sorte me coube.
Se nao me ofendo com o triste ornato,
que faço, entao, se so agora o soube?

aconteceu comigo ontem à tarde.
A quiromante lia a minha mao,
Disse-me ela : "Foste um triste amante,
ves esta linha? Como è estranha, nao?

Linha do coraçao è como a chamam,
chega ao meio da palma, volta e è tudo,
meu caro amigo vou falar-te franca,
a linha diz que tu es im cornuto!

Aqui hà um sinal que imita um gancho,
sinal bem conhecido dos chifrudos,
pois é o mesmo que là està ,na palma,
de San Martin, protetor dos galhudos ! "

Ouvindo estas palavras, minha mente
teve mil pensamentos agoureiros;
"Eu vou pr’a casa e faço uma chacina!
Meu deus! Oh! Chamem o corpo de Bombeiros!"

"Esquece disso! Oque è mais que importa?"
Uma voz dentro de mim me sugeriu :
"Agora os chifres sao uma coisa morta,
nao hà nada a fazer. ninguem os viu!"

Até o Adam, que estava no Paradiso,
Eva traiu-o, com a serpente e tudo,
sobre esses chifres esboce um bom sorriso,
Napoleao também era chifrudo!

traduzione di
Luisa Vinci (dottoressa napoletana)
Murillo Palhares de Carvalhaes